A Editora Vem Pra Mesa Jogos surgiu no ano passado, e já chegou anunciando um jogão do consagrado Stefan Feld, o Bonfire. Bem no estilo Feld, Bonfire é um jogo com muitas ações disponíveis e que distribui pontos à vontade para os jogadores. Com esse título, a Vem Pra Mesa já demonstrava que entrou no mercado para não ser somente mais uma.
E nesta semana a Vem Pra Mesa deu mais uma demonstração de que veio para ficar, e que vai fazer a alegria dos boardgamers que esperam ver no mercado nacional grandes jogos lançados no exterior.
Durante a semana, a Vem Pra Mesa anunciou dez grandes jogos em pré-venda. A grande maioria deles, jogos consagrados em outros países, de autores já reconhecidos. Muitos dos jogos anunciados são publicados na Europa pela editora alemã Queen Games, responsável pelos incríveis Alhambra, Metro e Merlin, já publicados no Brasil por outras editoras. Se é da Queen Games, é significado de produção de qualidade.
Infelizmente esses lançamentos serão vendidos direto ao consumidor final, nenhum vai passar pelos lojistas. Então, aproveitem, acessem o instagram da editora e façam suas encomendas, antes que acabem - as unidades são limitadas!
Vamos conferir os anúncios:
FRESCO: MEGA BOX
Fresco é aquele jogo ideal pra fazer trocadilhos no melhor estilo 5ª série. Mas não se engane, é um jogão. Fresco leva você de volta ao período renascentista. Cada jogador representa uma oficina de pintura, e devem trabalhar para restaurar um afresco em uma igreja. A pintura do afresco é única para todos os jogadores, mas cada peça nova colocada na pintura garante pontos únicos ao jogador que a colocar.
O jogo mistura, além da alocação dos tiles no afresco, a alocação de trabalhadores. Você deve mandar seus trabalhadores aprendizes para comprar tintas, aprender a misturar as tintas, pintar retratos para conseguir dinheiro e até mesmo relaxar na ópera.
Aqui nós temos a Big Box do Fresco, que adiciona as dez expansões que existiam no lançamento da Big Box. A novidade da Mega Box fica por conta de quatro novas expansões (ou módulos), além de algumas artes e componentes renovados. A arte do jogo merece um comentário a parte, afinal para um jogo ambientado no período do Renascimento, o visual precisa ser bem chamativo!
Nunca chegamos a jogar todos os módulos da Big Box, mas o que já jogamos, aprovamos. Então, aproveitem aí o Fresco Mega Box.
COPENHAGEN
Vou avisando logo que pra mim, quem não curte jogos com poliminós - também conhecidos como pecinhas de tétris - nem é gente. E Copenhagen é um jogo que usa essa mecânica de alocação de poliminós para decorar os edifícios da capital dinamarquesa. Mais um jogo lindo. Não temos ele na nossa coleção, mas quem sabe logo logo ele estará vendo mesa por aqui.
Em Copenhagen os jogadores vão descartando cartas de sua mão para trocar pelas peças disponíveis, e vão colocar estas peças na fachada dos edifícios, seguindo algumas regras simples de alocação. As cartas a serem trocadas devem ser da mesma cor da peça, e a quantidade de cartas deve ser a quantidade de espaços cobertos pela peça (uma peça verde que cobre 4 espaços, por exemplo, precisa de 4 cartas verdes para ser adquirida).
Durante a alocação dos tiles, o jogador pode cobrir alguns brasões na fachada do seu edifício. Estes brasões dão algumas ações bônus ao jogador.
Conforme o jogo vai avançando e a decoração dos edifícios aumenta, o visual do jogo vai ficando cada vez mais bonito. Copenhagen é um jogo de regras simples mas com uma boa dose de estratégia. Vale a pena ter na sua coleção, principalmente se você curte um bom e velho tétris.
LANCASTER
É tipo War? Aquela pergunta clássica que vez ou outra é feita por quem não conhece os jogos de tabuleiro modernos pode se aplicar ao Lancaster, um jogo excelente que eu particularmente não conhecia, mas que me chamou a atenção depois do anúncio da Vem Pra mesa.
E não, não é tipo War. É um jogo de controle de área e disputa de território. Mas como todos os jogos modernos com essa mecânica, a maneira de disputar os territórios exige estratégia, planejamento, organização pessoal e, em Lancaster, uma boa dose de influência.
Lancaster leva os jogadores ao século XV, onde o rei da Inglaterra pretende unificar os territórios do reino, além de conquistar a França. Para isso, o rei conta com o apoio dos seus senhores - os jogadores. Cada jogador deve desenvolver seu exército de cavaleiros e escolher bem para quais condados estes cavaleiros serão enviados.
A política está presente no jogo, nas sessões do Parlamento Inglês. Lá, os jogadores vão usar toda a sua influência para fazer com que sejam aprovadas leis que o beneficiem. Eu particularmente gosto muito de jogos que trazem um aspecto político durante a partida. Quando vi que tem isso no Lancaster, aumentou meu interesse.
Lancaster não é tipo War. É bem estratégico, bem exigente, e deve agradar aqueles que gostam de jogos históricos, com batalhas entre os jogadores. Deve ver muita mesa quando finalmente chegar por aqui.
ESCAPE: THE CURSE OF THE TEMPLE - BIG BOX
Sabe aqueles joguinhos de celular que você sai correndo feito louco pulando por obstáculos, deslizando, indo de um lado para o outro? Rush. Tem vários, não é? Podemos dizer que Escape: the curse of the temple é um jogo de tabuleiro nesse estilo. E deve ser provavelmente um dos que mais fizeram sucesso utilizando este tema.
Em Escape: the curse of the temple os jogadores começam presos em um um cofre central, e precisam todos encontrarem as saídas e escaparem do templo. É um jogo cooperativo, então se pelo menos um dos jogadores não encontrar a saída ao fim da contagem regressiva, todos perdem.
A contagem regressiva é feita através de uma trilha sonora que dá aquela emoção ao jogo, aumentando a tensão dos jogadores conforme vai se aproximando do fim. São três contagens regressivas ao todo durante a partida, e só ao fim da terceira é que todos precisam ter encontrado as saídas.
A mecânica deste jogo é a mais apropriada ao seu estilo: rolagem de dados. Cada jogador começa com cinco dados e assim que começa a partida, todos os jogadores lançam seus dados simultaneamente. Não tem vez de nenhum jogador. Cada um joga seus dados e vai tentando encontrar combinações que abram portas e revelem novas salas, até achar a saída. Os jogadores podem perder dados durante as partidas, dificultando ainda mais o jogo.
Escape: the curse of the temple é um party game para ser jogado várias partidas seguidas. Esta Big Box traz ao todo 13 módulos para renovar o jogo e não deixar ninguém achar que já dominou os segredos do templo. Vale muito a pena pegar essa Big Box. Você vai ter um party game praticamente infinito, além de muito divertido.
LUXOR E A EXPANSÃO LUXOR: A MALDIÇÃO DA MÚMIA
Luxor já foi publicado anteriormente no Brasil pela Calamity Games, editora que manteve por um tempo uma parceria com a Queen Games. A novidade nos anúncios da Vem pra Mesa ficou por conta da expansão A Maldição da Múmia, ainda inédita no mercado nacional.
Luxor é um jogo que já viu muita mesa aqui em nossa casa. O jogo consiste numa corrida para se coletar tesouros num templo egípcio, e utiliza uma mecânica de movimentação bem engenhosa: cada jogador tem 5 cartas de movimentos na sua mão, mas só pode jogar a carta do meio. Depois de jogar e se movimentar, ele pega outra carta, que pode ser colocada ao lado direito ou ao lado esquerdo, empurrando assim uma nova carta para o meio, que será a carta usada no próximo turno. O aspecto gestão de mão é muito importante durante as partidas de Luxor.
Ao se mover, o jogador pode coletar os tesouros do local onde parar, ou pode ainda conseguir tesouros que ficam fora do tabuleiro do jogo. Conforme avançam no templo, novos aventureiros são desbloqueados. Estes novos aventureiros vão para a entrada do templo, permitindo aos jogadores coletar tesouros que ficaram para trás. Além dos tesouros e aventureiros, os jogadores podem conseguir também cartas com movimentações especiais.
Apesar do aspecto de corrida ao centro do templo (o fim do jogo é disparado quando uma quantidade de aventureiros chegam ao centro), chegar primeiro não necessariamente significa que você ganhará a partida. O importante é administrar bem os movimentos para coletar o máximo de tesouros possíveis, de preferência os mais valiosos. Ao fim da partida, cada jogador ainda pontua pela posição dos seus aventureiros na trilha.
A expansão A Maldição da Múmia adiciona ao jogo um quinto jogador, além de quatro módulos que vão dar ainda mais variedade a este jogo, que já possui uma rejogabilidade muito boa. O módulo da Múmia adiciona esta criatura, que amaldiçoa os aventureiros em um sono profundo, sendo necessário uma ação específica para acordá-los. O módulo equipamento dá aos exploradores alguns itens especiais que vão ajudá-los em sua movimentação dentro do templo. O módulo Aventureiros Especiais dá uma habilidade única a cada jogador até o fim do jogo, e o módulo Novos Tesouros adiciona novas cartas de tesouro, além de regras especiais para pegar os tesouros. Estes módulos podem ser jogados em conjunto ou separadamente.
Luxor faz sucesso sempre que apresentamos a quem não conhece. Regras simples, partidas rápidas (de até 90min) e muita variação na organização do tabuleiro fazem deste jogo uma excelente dica para quem ainda está sendo introduzido ao hobby, mascom um nível de planejamento que agrada aos jogadores mais experientes. Essa expansão já estava na nossa mira a algum tempo.
MAHARANI
Maharani é o tipo de jogo que, além de ser excelente, tem um apelo visual muito bem trabalhado, com seu tabuleiro e suas artes feitas com um cuidado especial pelos ilustradores e designers. Este jogo quase veio ao Brasil no fim de 2019. Chegou a ser anunciado pela Calamity Games, mas logo veio o fim da parceria com a Queen Games e ficamos só na vontade. Até agora.
Neste jogo, somos trabalhadores que irão trabalhar na construção do fabuloso Taj Mahal, o famoso palácio indiano. Vamos trabalhar mais precisamente na construção do piso do monumento. O jogo usa, então, as mecânicas principais de alocação de tiles e alocação de trabalhadores.
O tabuleiro do jogo representa o piso do palácio e está dividido em quatro quadrantes. No centro do tabuleiro, um círculo indica os tiles a serem escolhidos. Este círculo vai girando a cada turno, mudando a oferta de tiles aos jogadores. Os jogadores ficam posicionados de maneira que cada um esteja de frente a uma das entradas do palácio, referente a cada um dos quatro quadrantes do piso.
Dois aspectos devem ser levados em consideração ao alocar um novo tile. O primeiro é que a peça deve ser colocada de maneira que sua indicação de coluna combine com a indicação das colunas impressas no tabuleiro - as colunas do Taj Mahal também fazem parte da fama do palácio. O segundo aspecto é sobre os animais, indicados nos tabuleiros dos quadrantes e no círculo central. Se o seu tile tiver um animal diferente do animal indicado naquele quadrante, você deve gastar uma ação para desvirar o seu marcador de animal e só assim poderá fazer a alocação.
A pontuação é somada assim que cada quadrante é completado. O jogo vai até que o último quadrante seja totalmente preenchido. No fim da partida o mosaico formado pelos tiles no piso do Taj Mahal dão ao jogo um visual de encher os olhos. Maharani foi bem comemorado quando foi anunciado pela Calamity. Agora, os jogadores brasileiros têm mais uma chance de ter este jogão nas suas mesas. Vamos aproveitar.
CAPPUCCINO
Vai um cafezinho aí? Com leite, canela, quentinho?
Nós conhecemos este jogo no Spa de Jogos em Juazeiro do Norte (CE), em 2019. Eu, Elaynne, Hermes, Camila, Alfredo e Edson fomos ao evento, onde conhecemos vários jogos e muita gente boa. E Cappuccino foi um dos jogos que mais curtimos lá no Spa. Nossa, a gente queria muito ver esse jogo aqui no Brasil, mas a notícia é que ele estava fora de impressão.
Cappuccino é um jogo abstrato de extrema simplicidade, mas muito, muito estratégico.
O jogo consta de vários copos de cappuccino, com quatro tonalidades diferentes. Cada jogador escolhe uma das cores para si, e na sua vez você deve colocar um dos seus copos sobre outro copo ou sobre uma pilha já formada, desde que seja uma pilha menor que aquela a ser movida. Simples, não é?
Quem pode movimentar uma pilha de copos é o dono da cor que esteja no topo da pilha. E você só pode movimentar seus copos ou suas pilhas para locais adjacentes que não estejam vazios. Assim, se em algum momento o seu copo ou sua pilha ficar isolado, sem nenhum outro copo ou pilha ao seu lado, ele não pode mais ser movido.
O jogo vai até que não seja possível mais nenhum movimento - todos os copos ou pilhas estejam isolados. Então, o jogador que tiver a pilha mais alta (acumulando todas de cada jogador) vence o jogo.
Esta é uma aquisição quase certa de nossa parte. Ficamos apaixonados pela simplicidade do jogo e pelo tamanho da diversão que ele proporciona. Um jogo raro, que vale a pena pegar antes que fique fora de impressão mais uma vez. Obrigado por trazerem este jogo, galera da Vem Pra Mesa.
SCRAP RACER
Não conhecia este jogo até ver o anúncio da VEm pra Mesa Jogos. E foi uma das boas surpresas que vimos nestes anúncios. Por aqui curtimos bastante jogos de corrida, e Scrap Racer tem elementos que fazem dele um jogo de corrida diferente dos demais, que vale a pena ter na coleção, e que dá muita treta entre os jogadores.
Como um bom jogo de corridas, cada piloto em Scrap Racer tem uma habilidade única. Para se mover, os jogadores rolam até 6 dados, mas sendo um de cada vez. A cada resultado o jogador avança, a menos que o jogador role uma dupla. Aí o jogador precisa pegar uma carta de travamento que pode ajudá-lo ou pode atrasar a sua corrida. Mas se acontecer de tirar duas duplas, o jogador pode ser compensado por um eventual atraso. Push your luck total!
As corridas em Scrap Racer não serão decididas somente nos dados. Tem batalha também, pra dar aquela animada na partida. Sempre que dois jogadores ocuparem o mesmo espaço da pista, acontece um duelo. Apenas o vencedor avança. A corrida dura três voltas, e sempre que alguém passar pela linha de chegada, as cartas de objetivo podem causar uma confusão inesperada na posição dos jogadores.
Scrap Racer é um jogo de corrida frenético, disputado até o fim, onde mesmo o elemento sorte dos dados pode ser minimizado a seu favor se você conseguir usar bem a habilidade do seu piloto e os boosts que pode conseguir durante a corrida. Não conhecia o jogo, mas agora, além da minha curiosidade, ele tem a minha atenção.
MATCH 5
Pode-se dizer que esta foi a maior surpresa entre os anúncios da Vem Pra Mesa, principalmente por ser um jogo recém-lançado no exterior. Tive que fazer uma pesquisa no BGG pra descobrir mais sobre este jogo, e o que descobri foi um party game com uma proposta bastante curiosa e chamativa.
Como o nome indica, o jogo vai tentar provocar um "match" entre os jogadores. Mas como isso vai funcionar? Vamos tentar explicar por aqui, espero que consiga.
O jogo tem 10 dados de cores diferentes, e também 10 tabuleiros nas cores correspondentes às cores dos dados. Cada tabuleiro tem uma lista de temas (os temas são bem variados, alguns exemplos são: celebridade, universo, doce, branco, quente, raro, quebrável...). No início da partida, os jogadores jogam os cinco dados e devem colocar cada dado no local correspondente do tabuleiro da sua cor, de acordo com o símbolo que saiu no dado.
Então os jogadores terão um tempo limite para escrever numa folha uma palavra que represente o conceito de duas tabelas (e dois dados) diferentes. Por exemplo: quente + branco pode ser arroz, quebrável + doce pode ser pirulito. Aqui o jogador deve usar a sua criatividade e imaginação.
Quando esgotar o tempo, os jogadores vão apresentar todas as palavras que conseguiram pensar para as combinações. Cada palavra válida o jogador ganha um ponto. Mas se um outro jogador escolher a mesma palavra que você, então deu match. Cada jogador marca dois pontos.
Match 5 é um party game muito bacana para ser trabalhado em dinâmicas de equipes, além daquela jogatina casual onde a galera só está querendo relaxar. Mais uma ótima iniciativa da editora em trazer este jogo para o Brasil. Num Cajuína Meeple é certeza que seria um dos jogos mais procurados.
Foram estes os anúncios da Vem Pra Mesa nesta semana. Ficou interessado em algum? Em mais de um? Entra lá no instagram da editora e compre os seus. A tiragem é limitada, e todos eles valem muito a pena. Aí é só escolher qual deles se encaixa mais com seu gosto, com o gosto do seu grupo. Vou ali fazer as contas e ver o que conseguimos comprar pra nossa coleção.
Deixe seu comentário abaixo. Qual destes jogos mais te chamou a atenção? Qual deles você mais esperava? Quais já jogou? Qual a maior surpresa destes anúncios? Conta pra gente, e até a próxima!!
Este é o Carlos Henrique, o CH.
Esta é a Elaynne.
O CH escreve melhor que a Elaynne.
A Elaynne joga melhor que o CH.
Os dois são o casal que leva pra frente a Homo Ludicus, e que tiveram a ideia desse blog. Escrever é bom. Jogar também.
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